terça-feira, 1 de dezembro de 2020

1977


É só alguém que nasceu no singular

Que vive um monólogo

Sempre buscando uma réplica

Implorando pela oportunidade da tréplica 

Pobre de mim sem a métrica

Pobre de mim sem a  retórica

Com essa pobreza não se acostuma

Mas esse coração em ebulição

É só mais uma ação

Que por onde vou, onde estou

Quero a canção, quero a emoção

Pois é tarde para o fim

E só quero mais ação

Afinal quem quer permanecer por aqui?

Já é tarde, repita-se!

O fim rivaliza com o início

Todo esse tempo, essa pressa, essa imensidão

É o fim, é o início é o nada

Dessa fornalha não escapo 

Nasci eu, nasceu tu, nascemos nós 

Aqui estamos vivendo tudo

Sendo assombrado pelo nada.






segunda-feira, 21 de setembro de 2020

FRÁGIL

Que falta me faz a brisa
Eu sei onde queria estar
O tempo passou espremendo a dor
A sorte é que ninguém regou o rancor
O isolamento centrifuga pensamentos
Tudo é tão vivo e próximo do fim
A dúvida é se se é preciso dor para evoluir
Pois o tempo é ágil e sou frágil.