terça-feira, 31 de agosto de 2010

APENAS UMA ESPERA

Quando o pingo de tristeza apareceu
Chuviscou na minha alegria
Afastou uma boa companhia
Direcionou minha alma
Na direção da depressão
Deixando-me sem orientação
Fez nascer um oceano melancólico
Hoje minha teimosia é ser triste
Tudo perdeu a graça
Até a menina na praça
Estou em estado de desgraça
Meus pedaços são peças
De um jogo sem fim
Mas a regra é alheia
Azar ou sorte
Fico esperando a morte.

domingo, 29 de agosto de 2010

TAPETE COLORIDO


É tempo de frio e chuva
De árvores desnudas
Com folhagem ao chão
Pétalas arrancadas pelo vento em vão.


Já é hora do Sol aparecer
Não vá esquecer
De vigiar o mundo
Em todo instante, todo segundo.


No silêncio de um olhar
Que vive buscando um lugar
Na intenção de parar e repousar.


Nessa grama em aquarela
No deleite da quimera
Na vontade de encontrar ela.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

LINHA LIMÍTROFE


Deixei a portinhola aberta
Para meu sonho avoar
Dando uma virada na página da vida
Tudo em branco pus a escrita
No mesmo instante mergulho em mim
Arranco as raízes podres e cultivo o jardim
É meu método de atrair a paixão alheia
Perfume e beleza, borboletas e abelhas
Ousada ela atravessou a linha limítrofe
Só para me conquistar... Deu certo!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

HOMEM SISUDO


Um homem sisudo
Não sabe em que estação está
Nem acompanha as ondas no mar
Nunca viu o pôr-do-Sol
Nada sabe sobre o amanhecer
Não presta atenção no pássaro cantar
Nem imagina que ele sabe voar
E eu, duvido que ele saiba o que é amar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

SONETO NA PEDRA


Pela leveza da vida
Pensando na ida
Sentado na pedra, aqui parado


Porta voz que fala para si
Sós, refletiu-se
Bordando um esboço seu


No ato de elucidar-se
Porventura, passou o dia
Para levantar-se
Na aventura que queria


É porque o frio vem do norte
Trazendo qualquer sorte
Com o paletó de linho
Bebendo um bom vinho.

domingo, 15 de agosto de 2010

FUGINDO


É o meu momento de fuga
Uso o desforço da luta
Corro, corro, corro rápido e veloz
Passo por uma fresta ou por qualquer brecha
É que a tristeza interior está em expansão
Não posso deixar que toque meu coração
Quero estar exatamente onde ninguém está
Fujo de tudo e de todos,
Pensamentos e momentos
Quando eu voltar, uma semente vou lhe dar
Logo germinara a alegria que fui buscar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

PESSOAS SILENTE

Minha solidão me aperta expelindo lágrimas
Ouço seu corpo versar minha ausência
Assevera-se em um texto simples
Letras que quando separadas nada dizem
Pois, de ver-se a lacuna aberta
Sabe-se que alguém lhe falta no seu íntimo
Pior que a morte precoce, é o desprezo eterno
Tens por mim o que não tenho por você
O ciclo natural que criamos, é lastro de fogo apagado
Mas se nossos corpos inflamam quando atritados
Separados somos apenas pessoas silente de almas carente.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

TROVA REAL


Governante e governado
Povo na pobreza
Estado desgovernado
Burguesia na realeza

terça-feira, 3 de agosto de 2010

MEU PRÓPRIO PERSONAGEM


Pensamentos resvalam na liberdade
Na minha literatura nem tudo é verdade
Uma displicência na existência covarde
No escrever, no saber e no ser
Imaginando quem será o próximo a ler
Sou um personagem pronto e fechado
Negacear interpretar outro papel
Que não seja o '' eu ''
Somente assim sou eu
No papel real
Estagiando em mim
Mesmo assim, mesmo assim
Não sou profissional
Nem sou imortal
Não estou na academia , nem estou na livraria
Estou em mim, estou assim em cada letra posta
Em um único momento de coragem me vejo vivo.