segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A NAU

Há muito não respiro poesia
Mesmo vendo com os olhos cegos da Lua negra
Me falta poetizar, a vista disso
Sou o precursor da alma que em mim habita
Ferozmente na natureza urgindo ser livre
Já mudei os caminhos
Mas nunca mudei a rotina de ser eu
Na arte de escrever em versos
Sou mais arteiro que escritor
Redescobrindo o que quero
O que sonho nos instantes que vivo
No sopro vagaroso do vento
A nau põe-se a navegar
Dessa forma, não vou me afogar
Na rispidez, na arrogância
Que simplesmente por ser humano possuo
Vou crendo na verdade que melhor me convém
Nessa cidade me criei, nessa cidade morrerei
Se antes disso alguns sonhos se suicidaram
Foi buscando a eterna e utópica liberdade...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

NA VITRINE

Na vitrine que montei
Não posso fazer
Com que minha timidez
Atrapalhe meu desejo



Não sou meu próprio carrasco
Podando a liberdade de fazer
Sendo mais um carneiro em bando
Conduzido por oportunistas



Na vitrine da vida que escolhi
Limpa e clara com amostra grátis
Exponho meu eu
Pessoas passam e não veem


Quem realmente eu sou
Elas não sabem ou não querem saber
Como estou hoje, pra onde vou amanhã
Na vitrine a ser escolhido, a ser acolhido.

UMA CANÇÃO

No dia que faltar chão
Vou virar vapor
Para não precisar andar
Saberei voar


É o final de uma existência
Início da minha ausência
De uma presença que marcou
Ali o amor ficou


Nas escritas e palavras ditas
Beijos dados e nos tatos
Palavras ditas em gemidos
Sorrisos e lágrimas se confundem


No céu não posso tocar
Na Lua não vou nadar
O Sol não escolhe a quem aquece


Na imensidão de tudo
Sou nada que vaga
A pedra que foi atirada...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

ESVAZIAR

Vazar-se de paixão
Deixando rastros pelo chão
Sabendo
Que a pior saudade
É aquela que não se pode matar...
Sem saber onde desaguar.