terça-feira, 29 de dezembro de 2009

VENDE-SE


Sou camelô vendo versos de amor
Pra sobreviver e continuar a ser quem eu sou
Vendo as alegrias que não se acham nas padarias
Às vezes sobram umas tristezas, mas jogo-as fora



Não pago imposto e nem taxa, pois sou camelô
Corro com a barraquinha de versos na mão
Fugindo do ''rapa'' , eu busco autorização
Como achar a legalização?



Apenas vendo versos seu doutor
É pra sobreviver
Vais me prender por vender amor ?
Capitalismo em tempos modernos



Tenho que comer
Vender sentimentos é meu dever
Vende-se momentos de prazer
É..sou camelô...vendo versos e prosas!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

CAMILA LAMEGO

Camila Lamego guerreira sem sossego
Jovem com hilaridade e muita coragem
Cada parte de um todo em seus elementos
Ora sorriu, ora chorou mas sempre se emocionou



Muito nova a vi sorrir na Saiqui
Hoje a vejo sorrir por ai
Em conversas de bar


Matrimoniou-se e deu a Luz
Lágrimas de alegria e tristeza fertilizou
Quando trovejou sentiu medo
Mas no verão buscou a paz



Eterna paz que caminha
Em sua criança a alegria
No seu sonho inesquecível o amor
Buscando lembrar quem pra sempre ficou.

ESTROFES MODESTAS

Foto: Robeddo

Namorar por namorar
É afastar de si sentimentos
É se acomodar e criar tormentos
Ser indiferente a si próprio


Assim sou amigo
Por escutar os problemas
Fazer parte da alegria
Estar junto na tristeza
Sendo lúcido na inlucidez
A ponte do abismo rumo a saída


Ha ! como lhe quero
Sentir seu cheiro
Tocar seu cabelo
Beija-la o ano inteiro


Nunca se esqueça de mim
Pelos momentos vividos
Por vermos juntos os ventos de amor
Pelas ilusões que a vida causou


Tudo isso acabou
Mas a chuva lavou
E o Sol secou...

sábado, 26 de dezembro de 2009

MENDICÂNCIA CARIOCA


Despretensioso sentado ali
Em sua solidão
Com um cigarro na mão



Alimentava o tédio
Distraindo os pombos
Como à sentinela atenta
Observando o cotidiano



Aproximou-se à miséria
Sem forças para afasta-la
Foi dominado e contaminado



Em pleno Centro do Rio
Meio a multidão em Janeiro
Eis o chão
Seu companheiro habitual
Íntimos pensamentos de dor
Me faz esquecer quem eu sou.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

PASSADO, PRESENTE E FUTURO

foto: Robeddo


Quando nasci apenas chorei
Logo após respirei
Já crescido, tentei andar
Logo após engatinhar


Ainda bem minúsculo gritei
Adiante falei
Com um pouco de medo chorei
Mas com coragem superei


Educado em casa
Alfabetizado na escola
Formando opinião
Agregando valores


Certa vez adoeci
Outra vez me curei
Ontem era amizade
Hoje é amor

Criança no passado
Jovem no presente
Velhice no Futuro? talvez...


Realmente não sei
Provavelmente caminharei
Sei que o futuro é próximo
Pena que não posso tocá-lo.

domingo, 13 de dezembro de 2009

VOU-ME

foto: Renan Barbosa


Vou-me aprendendo com a vida
Versando pensamentos
Revelando sentimentos
preenchendo as lacunas do infinito


Cruzando idéias
Juntando afinidades
Distanciando a repulsa
Construindo amizade


Apreciando a beleza
Tocando com leveza
Envolvendo com sorriso


Um invencível castelo de areia
Protege meu coração
Vou-me....
Acariciando o chão com meus pés.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O FALCÃO

Com os pés no chão Pulo tentando alcançar o céu Quero voar como o falcão Sair de uma folha de papel. Tenho a juventude ao meu lado Sei que o tempo irá rouba-lá Mas não será tarde de mais Já terei aproveitado o legado. No mergulho rasante do falcão trouxe-me o recado em seu bico Disse-me que o céu não pode ser tocado Mas que por amor, alguém pode ser perdoado O tempo curandeiro da dor Passageiro da vida sem temor Mostrou-se artista sensível Com sua melodia suave Consertou o que antes estava quebrado.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

UMA NOITE

foto: Robeddo


Entroncamento dos olhares mórbidos
Talvez, por causa dessa junção se curem
Em uma noite dessas comuns e meio ao tédio
A música fez a sua parte em tentar animar.


Entroncamento de beijos repentino
Sem se quer deixar escapar uma sonoridade
Apenas os olhos carentes expressavam seus desejos
Enquanto os corpos balançam no ritmo da música.


Risos podem ser escutados durante a noite
Uma nova cerveja deve ser pedida no bar
Insuflar o peito de coragem e enternecer-se
Tocando as mãos suavemente continuando a dançar

De repente flutuar para outro lugar
Imaginar como será revelar desejos secretos
Uma noite é pouco tempo para os ansiosos
Mas pode ser uma eternidade
Para os que sabem aproveita-la.