sábado, 30 de janeiro de 2010

SECO





Pera lá,
Retire esse pensamento seco
Mude o jeito amargurado
Andarilho da caatinga
Não mostre os espinhos
Xiquexique por dentro
Rico em água !
Rachando o sertão
Com a força da luz
Desengano oásis
Rasteja espreitando
Ser caça ou caçar
Vida ou morte
Chuvisca no ar
Graciosamente as gotas no rosto
Suavizando o amargo
A chuva fez gracejar
Homens e animais

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

LUZ




Essa flâmula acesa
Em braseiro constante
Se alimenta do ar


No suspiro do vento
Vai se aconchegar
Visível e ardente


Ao tocá-la não houve dor
Só um duradouro ardor
saltitante no peito
Sem tropeço inesperado



Leigo, talvez nem saiba
Se és incompetente,
Ou inocente para amar



Mas essa chama do avivamento
Mantém o desejo por ti
Iluminando por onde seguir.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

ATOS





ATO I



Não chore no mar

Misture as lágrimas

Em outro lugar



Escafedeu-se no ar

Indolor, incolor e incomum

Acabou tempestuoso



Vá se acalmar rapaz

Procure falar o que há

Entenda a gravura em sua mente

Observe aquela gente



Lute! mesmo que na retaguarda

Procure fazer o bem

A tristeza sempre procura

Alguém para afetar



Não esqueça que

As estrelas morrem

Seja no céu, seja no mar

Aproveite a beleza e o brilhar




ATO II




E a Lua ?

Escrava da Terra

O que tem ?

Sei lá..

Apenas vejo girar sem parar

Deve ser para iluminar

Só isso ?

Não também tenta em vão

Controlar o mar e sua maré

Uma escrava que quer controle ?

Pois é...

Esquece que a Terra com sua vaidade

Se enfeita da Lua

Lembra o Sol, que a Terra

É sua escrava ! e na sua vaidade

Se enfeita dela

Guerra de astros, vai entender..




ATO III




Vindo do Céu veloz

Incancedente e luminoso

Atravessando as esferas

Provocando as nuvens



Em direção ao mar

Quer megulhar

Sentir seu frescor



Viu o menino com os olhos parados

Fez o pedido de dentro do quarto

Para que a estrela não morra



Por fim o encontro

Da estrela-do-mar

Com a estrela do céu

Fazendo a lágrima secar



Anime-se então

Pois há festa no céu

Festa no mar

Há festa em qualquer lugar.






sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

QUEM SOU EU ?



Sou eternamente imperfeito
Simples do meu jeito
Escondendo complexos pensamentos


Minhas teorias e convicções
Experiências e as realizações
Decepções, casos e amores


Às vezes me sinto assim, sei lá
Como uma escrita em uma pedra
Sendo desgastada pelo tempo
A chuva, o Sol e o vento


Descobri que me empurraram
Dei a partida na vida
Seguindo uma viagem
Em direção ao meu fim


Assim, sou eu súplice
Por sabedoria
Esperando o corpo e alma
Serem coadjuvantes.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

PELO TÉDIO





Bofetada na cara
Simbolizando a raiva
Armadilha descoberta
Coincide nos gestos


Esverdeada esperança
Porta sem ferrolho
Entre aberta pros visitantes


Deveria ter afã em escrever
Mas resolvi seguir a calmaria
Assim como Maria


Galope nos meus versos
Não espere as rimas
Chanchada de palavras
Escrevo pelo tédio...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

QUANDO NOS VIMOS




Roncou trovão
Nos cruzamos
Apenas um olhar
E muito no pensar


O passado acabado
O segredo revelado
No futuro dela um filho
Não estarei mais perto


Chuviscou em mim a sua tensão
A expressão de seu rosto
Sorridente e distante como eu
Parou de falar e focou em mim


Vais saber o que será
Sei apenas o que passou
O tempo que marcou
O barco que afundou.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

LEIA


quem é ela, essa menina, que me espera, a qualquer hora, a sentinela, a mortadela, café com leite, a minha sede,o seu sossego, a minha paz, sai pra lá Satanás, corre dai, gnomo ali, voar no ar, sem se pensar, no seu penar, vais me dizer, quem é você, o palhaço sofre, eu choro agora, ele corre, aos leus , a água sobe, a pedra cai, o peixe nada faz, olhar pra frente , minha corrente, solte agora, vou navegar, vamos planar, quem quer escalar, desejo mutuo, ir embora, chegou aurora, Madalena, Iracema, e o seu Jair , plantaram caqui, quero amora, pra ir embora, jogar bola, cruzar marimba, soltar pipa, e o balão, rodar pião, em minha mão, mp3, escutar Raul, e o seu baú, é o que vai , fazer crescer, a sua rima , a poesia, vai além, da ditadura, vai proibir, pra se distrair, pelo que sei, iniciei e reiniciei, e a tatum, chegou agora , antes de ir embora, carambola, o que farei, se nem eu sei, como comecei, o que há-de ser, o dever, de fazer, você sorrir, ele girar, o Sol brilhar, a nuvem passar, verso meu, desejo seu, estou aqui, findou-se o grão.

domingo, 17 de janeiro de 2010

A SENTINELA


Ando quietinho
feito um pé de feijão
Nascido do algodão


Tirei a blindagem do coração
Estendi o tapete vermelho
Para a chegada do amor


Enquanto ele não chega
Vou meditando ao sossego
Com a portinhola aberta
Para o meu despertar


Com o almíscar distante
Pude senti a presença dela
A sentinela despertou do sossego
Chegou o amor.

sábado, 16 de janeiro de 2010

POBRE GAROTO


Quero ser eu, seja onde for
Me descobri por ai, e me distrair
Devolvendo-me o que foi subtraído
Meu próprio tempo ou o que restou


Vendo no canto, a beleza da menina
Flertando com sua sutileza em sorrir
Agitado pelo calor das minhas imaginações


Pobrezinho do garoto que vive de sonhos
Anjos dormem cedo, não podem ajuda-lo agora!
Se esconder em arbustos frutíferos
Esperando ela passar, não vai adiantar...



Não da pra notar?
Que ela ainda não passou
Vou ficar e esperar
Adestrar o cupido
Pois ainda vou namorar...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PASSEIO DOS OLHOS



Passeio meus olhos pelas escritas
Tendo a sensação dos dizeres
Conversando com o autor
Obra do escritor para o leitor


Logo, pus pijama no meu pensamento
Adormeceu feito criança cansada
Que cria a sua própria fantasia


Estava como sempre em casa
Acompanhando o dia acabar
Escutando a água cair


Mas em uma sociedade
O que é politicamente correto?
Apenas um ato simples e nobre
Ser feliz.

O PERSONAGEM


Ao lhe perder me senti
Como um dia sem amanhecer
Em eternas lembranças de você
Como se um forte temporal
Arrancasse minha alma corpo a fora
Verdadeiro corpo vagante
Berrando sua dor
Minhas esperanças por você são grandiosas
Navegam no mar dentro de um barquinho de papel
Feito com os escritos de nossa relação
Graças a você interpreto esse personagem para escrever
Pois saiba que nunca lhe amei.

CAROL CAROLINA



A Terra girando entorno do Sol
Busca aquecer a vida em seu peito
A Lua girando entorno da Terra
Ilumina o caminho do sujeito


Tanto o luar quanto o solar
Impressiona a quem olhar
Faz-se fascinar Carolina
Despertando o sonho de menina


Transformando tristeza em contemplação
Aflorando o sentimento da alma
Arrancando de todos admiração
Por mostrar sua paixão


Predisponente para ouvir
Os problemas que surgir
Assim vou a paz...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

TANTO FAZ, TANTO FEZ

foto: Sarah Rodrigues



Tanto faz a água escorrer pro mar
Como tanto fez você não esperar
Por sua vez a tempestade se armou
Outra vez você retornou


O solar alaranjando o céu
Sempre azul no papel
Fez a flor girar


Contudo, sorrio
Apenas pelo desafio
De não deixar à lágrima escorrer pro mar


Naquela vez que ela voltou
E o meu olho encontrou
Com as luzes acesas suspirou
Tanto faz se ela sonhou.

SEM NOÇÃO

foto: Sarah Rodrigues



Ordenança de confiança
Receoso no aviso
Incógnita à esperança
Recado campanudo


As badaladas vindas da catedral
Um som bem natural
Convite matinal
Lotação regular


Vindo do mar
Vento de frescor
Alivia o calor
Traz seu sabor


Um tronco marrom
Boiando distante
preso algumas miuçalhas


Sem senha
Não tenho acesso
Sem informação
Continuo sem noção.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

REFLEXÃO

Ser diferente é ser normal , ser normal é ser indefinível

domingo, 10 de janeiro de 2010

ESCOLHAS


Há mágoa no ar
Sinto ao respirar
Não sei descrever
Prefiro escrever


O medo de ousar
De confiar
Novamente namorar
Primazia na pegação


Volta pra casa
Acha à solidão
Perdeu a chance
Não escolheu


Rotineiramente o travesseiro
Vazio sem esperança
Lembrando dos pesadelos
Da ancora pesada no mar.

PALAVRAS DA MENTE

foto: Alex Carvalho


Palavras que se desprendem da mente
Que de repente abandonam a gente
E sem motivo preferem viver só


Palavras que calam a gente
Que quando grandiosas
Nos fazem refletir
Buscando seguir


Palavras que se unem a outras
Formando uma fortaleza literária
Impressionando ao ler


Palavras que se casam
Nas rimas perfeitas
Formando a canção
Despertando emoção

Palavras que não são
Ditas e nem escritas
São imaginadas e ilimitadas


Palavras que interagem
São mostradas por imagem
Fotografadas na expressão
No movimento, na ação.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

MOSQUITO FILHO DA PUTA


Mosquito filho da puta
Voa e me morde
Mosquito que não aguenta
Um tapa e a sua morte
O tapa que dei errei
Logo peguei no sprei
PISSSS acertei
Mosquito filho da puta a morte.

VOU A MARTE

Foto: Aurora em Marte



Traga sorriso
Seu cheiro
Dê carinho
Me de tesão


Arrume o ninho
Nos aqueça
Me deseje


Não me enrole
Fale agora
Se despeça
Vá em paz


Vou a Marte
Explorar
Esquecer
De te querer

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

BRASA DA PAIXÃO


Quando o vento soprar
Na brasa da paixão
Fazendo arder
Com serenidade em você


Saberá em seu coração
Que a minha inquietude
Não tem solução
Se entregou ao ardor


Feito o tronco viril
Do homem que lhe quer
Quão aprumado estou


Se o vento aquietar
E a brasa apagar
Não saberei o que farei...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

PASSAGEM DE TEMPO


É fácil fazer você sorrir
Serei cúmplice nessa missão
Descobrindo o caminho do bem-estar


O que é a eternidade?
Seria a constante passagem de tempo?
O que sabemos ?


Que as estrelas morrem
As rochas se desfazem
E nada vence o tempo


Use ele como aliado
Mantenha os amados
Sempre ao seu lado
No seu coração.

domingo, 3 de janeiro de 2010

LABIRINTO PRÓPRIO


Criei meu próprio labirinto
Entrei e me perdi
Parei e senti a lufada


Caminhos que não levam a nada
Astuto e hábil
Procurando a saída


Sendo Conduzido por instinto
Levado pela vontade
Seduzido pela beleza
Em palavras emolduradas


Desassossegado sem saber pra onde ir
Apenas sei...
Que é impossível lembrar dela
Sem por um sorriso no rosto.

O LOBO


O lobo uivante
Na selva distante
Em sua distração


Anuncia para as estrelas
A sua paixão pela Lua
Cantarolando e uivando


Solitariamente olhando o teto estrelado
Platonicamente ama a Lua
Sua luz , seu brilhar
Imaginando estar lá


A lua distante, solitária gigante
Joga seu brilhar, no lobo-guará
Pensando em como fará
Para lhe encontrar e poder também amar.